Manu lafer

A dança

Manu lafer
Bate aberta a porta da casa
E sai, noite escura, de pobre luar
Trança os braços torto
E ganha a cidade deserta
Decide parar
Ela não tem pensamento
Não é igual nem aumento
Corpo de pele e olor

Tira a camisa, que pisa
Descalça, despida, distante do chão
Gira a saia solta
Na dança do tempo perdido
Visão, ilusão
Ela não quer companhia
Não é nem pareceria
Febre de se abandonar

Os seus cabelos grandes e loiros
Escondem metades de se adivinhar
Os ombros oblongos,
O rosto, o rastro,
As curvas que o vento cortar
Ela não tem sentimento
Não tem sorriso ou lamento
Tonta de passo e de olhar

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