De campo sonho e querência
Marca fandangueiraPincela cor de querência, tinido de espora e freio
Bota rangido de arreio, nestes acordes campeiros
E fumaça de palheiros da peonada sem rodeio.
Tempera alma de galpão, fogo grande e um mate bueno
Vai respingando sereno, e um velo branco de geada
Luzeiro nas madrugadas, vagalume, lua clara
E uma saudade baguala troteando longe na estrada
Sogueiro lá no potreiro pastando calmo e silente
É a vida da minha gente desenhada nessas notas
Cavalhada na mangueira formando pra mais um dia
E um punhado de alegria que ao despacito rebrota.
Só o campo me da conforto, por isso é que eu canto assim
O meu cantar não tem fim quando falo da querência
Lá forjei minha existência a casco e taco de bota
Entre o varzedo e a grota com toda calma e paciência.
O campo é meu paradeiro, pois nele plantei raízes
Lá meus dias são felizes, plenos de sonho e alegria
Há uma doce nostalgia e um manancial de esplendor
Pois lá floresce o amor com toda sua magia.