Marcelle motta

Na madureira moderníssima, hei sempre de ouvir cantar um sabiá

Marcelle motta
Corre pra ver
Já clareou
Céu de azul sem fim
Pela voz da Mineira
Ouvi cantando assim
A Majestade do Samba chegou

Chegou, Portela, vem anunciar
Não há coisa mais bela
Ver o chão do meu lugar
Se desenhar aquarela
Na tela que a mão da moderna artista pintou
E o pé do sambista traçou
Do alto da torre
Eu vi o coreto-Sapucaí
Feito um ritual
Meu povo moreno brincar carnaval
E a gente cantava
Essa gente encantava
Folia de Reis, Reinado feliz
E Clara, que claro, tecia retalhos
De tons e cores brasis

Onde o sanfoneiro toca
Pandeiro e viola
Bate o surdo e a zabumba
Comanda a escola
E o som dos tamborins
Da Tabajara
Faz Madureira, poesia clara
Faz Madureira, poesia, Clara

Abre o pano dos terreiros da Nação
Faz do canto ancestral o teu brasão
Põe teu samba no roncó pra firmar
Clama por Ogum Santo Guerreiro
Os quebrantos, bem ligeiro, levar
Pelos ventos de Oyá
Clara, abre o pano da saudade
Deu vontade de ouvir o teu cantar
Sabiá partiu
A Águia chorou
Mas vejo altaneiras
Guerreiras-irmãs
Trazendo a bandeira
Bordada com a estrela campeã

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