Inês dorme
Marcelo nova
Lá fora outro edifício
Trezentos apartamentos
Um batalhão de pedreiros
Todos cheirando cimento
Mas imune aqui dentro
Trezentos apartamentos
Um batalhão de pedreiros
Todos cheirando cimento
Mas imune aqui dentro
Inês dorme
Inês dorme
Imune aqui dentro
Inês dorme
O mundo em temor
Na tela da televisão
Deu tudo errado, derrapou
Parece não ter jeito não
Mas só a dois palmos do chão
Inês dorme
Inês dorme
A dois palmos do chão
Inês dorme
Telefono, fumo e como
Ansioso o dia inteiro
Traço a minha impaciência
Do quarto pro banheiro
Mas com o rosto no travesseiro
Inês dorme
Inês dorme
Com o rosto no travesseiro
Inês dorme
Mais uma bala foi cuspida
E por acaso passou rente
Balas de ódio e de ciúmes
Balas tão feitas de gente
Mas tranquila, indiferente
Inês dorme
Inês dorme
Tranquila, indiferente
Inês dorme
A noite trás a sombra
De algum mal invisível
Fico atento observando
Sei que nada é impossível
Mas distante, inatingível
Inês dorme
Inês dorme
Distante, inatingível
Inês dorme
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