O galope do tempo
Marcelo novaNão volta não salta nem para e nunca fica cansado
Sua crina envolve meus sonhos sem muita cautela
Com a guerra a peste a fome e a morte atreladas na sela
Como se fosse em busca de algo que nunca encontrasse
Deixando seu rastro nos vincos e rugas dessa minha face
Seus olhos gigantes não dançam nem piscam parecem dopados
Assim vai o Galope do Tempo no seu corcel alado
Quando lhe encontrei não acreditei, pois você não existia
Como pode a Ciência tentar explicar tamanha bruxaria
Esse pequeno invasor na noite do ventre, vir a tona um dia
Mas parece que hoje é apenas o ontem de amanhã
Então foi agora nem faz uma hora Adão mordeu a maçã
Sinto raiva do tempo, mas adoro esse vento
Que ele insiste em soprar
Expulsa por um aviso, ave do Paraiso, meus
Braços erguidos irão te amparar
Aí vai o Galope do Tempo no seu corcel alado
Sua trilha, caminho, nosso rumo e destino, seu significado
Vamos tentando encontrar algo que justifique esse estranho legado
Com a vida pulsando entre as patas e cascos desse corcel alado