Não sou tirano

Quando ronca uma cordiona fandangueira

é uma vida bem campeira na garganta de um cantor

e um violão veio vai gemendo na veneira

e a prenda fica faceira junto ao indio dançador

num baile veio que é alegria da peonada

pelas longas madrugadas junto aos sonhos do cantor

historia certa com a estirpe da ramada

com a sina e o destino deste peão que é domador

// não sou tirano, mas cavalo é no mango

com as esporas nas paletas é mais um

potro corcoviando//

eu sou um campeiro e tenho orgulho da minha terra

e tem muita gente séria com histórias pra contar,

num par de esporas com mistérios de uma fera

que hoje a tarde na cancela esta esperando pra pelear

na minha querência sou um taura de respeito

e não frouxo nem um tento pra potro que corcoveia

trago de herança um tirador de couro pardo

que mostra o grande respeito pelo sangue destas veias.