Paisagem permanente
Márcio lugóNão tinha mais o seu ofício
Começando do zero agora
Não tinha opção
Na corrida diária tentava existir
Centenas de olhares
Voltados sem nenhuma intenção
E sem o seu ofício
Com o rosto alterado pelo
Seu desespero
Era metade lamento, metade panfleto que diz
Não acredito que
isso vem sem nenhuma razão,
Então mantenho a certeza de ter uma chance
Ao alcance de todos aqui
Ordinários retratos
Com suor é que vão diluir
Um dia aqui outro ali e plantando de tudo
Pois um povo que chora esquece que tem que agir
Lutou por sua decisão
E vinha atrás de um novo início
Encaixando os pedaços, agora, com pés no chão
Avançava com calma pra não se iludir
Centenas do olhares focados pelo desejo de expressão
Com um novo início
E o rosto demarcado pelo seu sentimento
Era metade contento, metade panfleto que diz
Eu sempre acreditei que as coisas
acontecem por alguma razão
Então mantive a certeza de ter uma chance
Ao alcance de todos aqui
Ordinários retratos
Com suor é que vão diluir
Um dia aqui outro ali
E plantando de tudo
Pois um povo que chora esquece que tem que agir