Disfarce (part. antónio rocha)
Marco oliveiraCada vez que falam dela
É um ódio que eu consinto
Que venha esperar por ela
Falam de amor e desminto
Quase tudo foi em vão
Mas se volta a solidão
Eu já não sei o que sinto
Às vezes é um disfarce
O ódio que a gente sente
É a saudade a lembrar-se
De quem se esquece da gente
Há quem queira mascarar-se
Com risos de felicidade
O riso não tem verdade
Às vezes é um disfarce
Já chorei e foi por ela
Que tão cedo me esqueceu
E digo: Para mim morreu
Cada vez que falam dela
Quem me vê sabe que minto
Se eu disser que não estou triste
Mas aquilo que persiste
É um ódio que eu consinto
Quando o amor se mostra ardente
Não julgues ter mais valor
Às vezes tem mais amor
O ódio que a gente sente
Às vezes o criticar-se
Alguém a quem se quis bem
Não é ódio nem desdém
É a saudade a lembrar-se
Há sempre alguém que vê nela
Tristeza como a ninguém
Há-de sentir o desdém
Que venha esperar por ela
Tudo é simples e aparente
Mas a maior crueldade
É nós sentirmos saudade
De quem se esquece da gente