Na espera da milonga

Ai, milonga
Vê se vem contar uns causos
De poesia e alma longa
Que minha vida tá pra encilha
E eu tô subindo essa coxilha
Pra avistar o pampa em flor
Ai, se eu tropeço nas pedras
E num pealo abagualado
Maltratar meu coração
Saco de pronto o violão
Que num canto canta/dor
Pulsa o pulso pulsa/dor

Que troço bagual!

Bá! Pois é, tchê

Ai, milonga
Vê se vem tomar uns mates
Tô sozinho no galpão
Já larguei bóia pros patos
E na solidão em que retrato
Há tristeza no rincão
Meu violão é um cavalo
Ele vai, me leva ao trote
Pelo mundo campo afora
Muito bem antes de agora
Cavalguei por toda história
De mim mesmo e do universo

Que troço bagual

Eu não sei quem sou
Preciso me encontrar
De mano com a milonga