Duas cantigas
Maria amélia proença
Duas cantigas, improvisadas cantigas
Bastavam pras nossas brigas
Deixarem de ter razão
Duas cantigas, amorosas, ternurentas
Para afastar as cinzentas
Nuvens, do meu coração
Bastavam pras nossas brigas
Deixarem de ter razão
Duas cantigas, amorosas, ternurentas
Para afastar as cinzentas
Nuvens, do meu coração
Duas cantigas, mote de todos os dias
Chorrilho de fantasias
Em que sempre acreditei
Até ao dia que pus cobro à cantoria
Que disse alto à melodia
E fui eu que lhas cantei
Desde essa hora
O seu pio foi-se embora
E não perde p’la demora
Se volta às modas antigas
Porque eu agora
Sei onde a verdade mora
E não vou lá como outrora
Assim com duas cantigas
Duas cantigas, feitas de frases bonitas
Para adoçar as desditas
De algum maldito ciúme
Duas cantigas, buriladas, atrevidas
Mas sempre com as devidas
Fantasias do costume
Duas cantigas p’ra me levarem à certa
Com muita maldade esperta
De que nunca duvidei
Até ao dia que pus cobro à cantoria
Que disse alto à melodia
E fui eu que lhas cantei
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