Pra cantar samba-de-breque,
Numa radio de lá,
Quando estreei, foi um chuá,
Meti minha bossa,
Pra mostrar que a gente nossa,
Também sabe cantar,
Com aquele molho de abafar
Mas de repente,
Quando eu atuava naquela estação,
Senti no estúdio, um barulhão,
E correrias, tiros, comandos, uma confusão,
Pararam até com a irradiação,
Fui agarrada por dois soldados e um oficial,
Que disse: é a tal,
Que diz ser artista,
Mas que não passa de uma espiã,
Vai ser fuzilada amanhã"
Eu disse logo: " Mas essa gente está equivocada,
Eu canto samba e mais nada "
Me responderam:
"Este seu samba é mensagem cifrada,
Você está é camuflada "
E me encostaram numa parede,
Em frente a um pelotão,
Me apontando o coração,
E esperando a fria ordem de execução
(Mas veja só que situação)
Me perguntaram qual era a minha última vontade,
E eu disse : A minha liberdade !,
Mas o oficial sacou a espada e levantou no ar,
Já iam me bombardear,
Mas de repente a ordem "fogo" o oficial exclama:
Eu acordei em baixo da cama,
Foi um sonho, graças a Deus,
Um sonho, nada mais,
Eu vou deixar de ler jornais!
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