Aquarela da amazônia
Mariene de castroSambando sobre o chão das Pororócas
O bloco que saiu de alguma toca
Pra colorir a vida com a cor do Urucum
Baticum que ruge dos tambores e Marácas
Espanta a solidão e as Jararácas
Esperta em dar o bote
E pra ouvir
O agito no vapor de Altamira
Que segue em frente enquanto a roda gira
Na correnteza forte
Nos seringais
O irapuru encanta como sempre faz
E conta que o boto é só um rapaz
Que ilude o coração da rapariga e nada mais
O cururu namora sob as folhas do cupuaçu
Que vai crescendo e seca pra poder servir
De cuia pro tupi
O curupira zanza a mata inteira
Depois sobe pra ribeira
E molha os pés nas águas dos igarapés
Matinta Pereira acorda cedo
Pra cantar junto com o vento
E espalhar o medo
Oxumaré tem tanta joia rara
Que dá seus olhos de prata
Pra enfeitar Iara
E quando a noite vara a madrugada
Se desfaz toda orvalhada
Em manhãs tingidas de anil
Só quem samba aqui é que entende
Porque foi que chico mendes
Amou esse Brasil