Naked christine
Mário bortolotto
Seu corpo é o resultado de cacos de azulejos de banheiros que invadi
Nos tempos de desespero quando a cólera incendiava meus ouvidos
E me transmitia mensagens obscenas me deixando vulnerável contemplando os grafites que vi nos mesmos banheiros e estampei em suas costas quando a minha língua passeava pela matemática exata das suas costas
Seu corpo é o melhor companheiro pro meu desespero forjado em noites
Solitárias quando eu ainda respeitava a lua que aparecia no céu enquanto eu murmurava um blues da minha trincheira abandonado embaixo da escada com acabeça alvejada uma sentença mortal pro meu abandono
( seu corpo)
Seu corpo, taça de vinho abandonada em porões com coleções de discos de ragtime meu coração apertado quando meus pés me levam pro asfalto e pras escadas de edifícios com serpentes destemidas escapando dos buracos de lobo
Seu corpo lembra estações de metrô abandonadas suor e sêmen afoitos ambicionados em corrimões Isabela Rosselini escapando nua e louca esmagando uvas na highway maldição bem vinda dos quartos de hotéis hélices de ventilador pás repartido pó e fachos de luz de vela
Escancarando a marca que eu deixei esculpida em sua nuca
Um corvo em silêncio para as sextas-feiras agitadas
Meus sábados são rituais de espera
Minha polução nas lâmpadas tênues
Minha máquina de escrever conversando comigo
Meus dedos de piano assassino esmagando teclas e deslizando em suas costas
Eu só me aqueço dentro de você
A dois passos do seu corpo eu sinto frio
Quando eu sair de dentro de você minha alma swingará um blues ao pé da cama
Antes de colocar os óculos escuros e pular pela janela
E viverei o mais cruel e completo inverno
Quando eu for, ficará a minha sombra
Eu só me aqueço dentro de você
Nos tempos de desespero quando a cólera incendiava meus ouvidos
E me transmitia mensagens obscenas me deixando vulnerável contemplando os grafites que vi nos mesmos banheiros e estampei em suas costas quando a minha língua passeava pela matemática exata das suas costas
Seu corpo é o melhor companheiro pro meu desespero forjado em noites
Solitárias quando eu ainda respeitava a lua que aparecia no céu enquanto eu murmurava um blues da minha trincheira abandonado embaixo da escada com acabeça alvejada uma sentença mortal pro meu abandono
( seu corpo)
Seu corpo, taça de vinho abandonada em porões com coleções de discos de ragtime meu coração apertado quando meus pés me levam pro asfalto e pras escadas de edifícios com serpentes destemidas escapando dos buracos de lobo
Seu corpo lembra estações de metrô abandonadas suor e sêmen afoitos ambicionados em corrimões Isabela Rosselini escapando nua e louca esmagando uvas na highway maldição bem vinda dos quartos de hotéis hélices de ventilador pás repartido pó e fachos de luz de vela
Escancarando a marca que eu deixei esculpida em sua nuca
Um corvo em silêncio para as sextas-feiras agitadas
Meus sábados são rituais de espera
Minha polução nas lâmpadas tênues
Minha máquina de escrever conversando comigo
Meus dedos de piano assassino esmagando teclas e deslizando em suas costas
Eu só me aqueço dentro de você
A dois passos do seu corpo eu sinto frio
Quando eu sair de dentro de você minha alma swingará um blues ao pé da cama
Antes de colocar os óculos escuros e pular pela janela
E viverei o mais cruel e completo inverno
Quando eu for, ficará a minha sombra
Eu só me aqueço dentro de você
Mário Bortolotto- Voz
Marcos Scolari- Piano
Flávio Collins Costa- Violino
Neuza Pinheiro- Vocais
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