Em um caderno com velhos poemas esquecido alguém encontrou
Entre acrósticos e versos uma letra antiga num estilo pop-rock'n'roll.
Sem qualquer metragem, sem nenhuma regra,
'Inconstantes chuvas tropicais'
São lembranças que ainda molharão os rostos,
Mesmo que não chova mais.

Eu vi o mundo aos 17 anos, a juventude repleta de planos
Era um dos poucos que ainda andava a pé, me acha excluído até.
Mas eu era um cara diferente, que acha Freud e Marx convincentes
E que não dançava mais conforme a música.
Eu tinha um estilo meio pessoal, e a galera achava até legal eu ser assim
E quando, às vezes, me excedia um pouco,
Levava o nome de careta-louco do botequim.

Mas, me descobri aos 21, era um cara ainda incomum
Politizado, nostálgico e ateu, bem empregado com jeito plebeu.
Sentia falta do tempo incrível, de ideias socialistas, papos de alto nível
O caderno é parte da recordação das rodas de amigos e do violão.
Ainda tinha um jeito pessoal, e a galera achava bem normal eu ser assim
E como sempre me excedia um pouco,
Levava o nome de careta-louco do botequim.

Os versos levam e trazem lugares
Que foram parte do que eu fui, vi e vivi
Salas de aula, praças, ruas e bares
Que me fizeram ser o que eu sou aqui (mas não se engane)
Eu não sou poeta, me chame apenas sonhador
Me chame apenas de eterno sonhador.

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