Campo e fé
Mauro moraes
É coisa braba
quando um bagual se embodoca
mete "as pata" na cangalha,
esconde a cara abrindo toca.
Parece que o chão se muda,
vai pra riba do chapéu
e a gente tem a impressão
de andar pisando no céu.
Me vou na boca do maula
campeio e não acho a doma
um tigre fugiu da jaula
e se foi batendo carona.
Resta então, um "reio" brabo
os "dente" afiado da espora
uma mancha de campo limpo
e a fé em Nossa Senhora.
Nossa Senhora,
nossa Santa Aparecida!
Proteja o pago gaúcho
desses "corcóveos" da vida...
quando um bagual se embodoca
mete "as pata" na cangalha,
esconde a cara abrindo toca.
Parece que o chão se muda,
vai pra riba do chapéu
e a gente tem a impressão
de andar pisando no céu.
Me vou na boca do maula
campeio e não acho a doma
um tigre fugiu da jaula
e se foi batendo carona.
Resta então, um "reio" brabo
os "dente" afiado da espora
uma mancha de campo limpo
e a fé em Nossa Senhora.
Nossa Senhora,
nossa Santa Aparecida!
Proteja o pago gaúcho
desses "corcóveos" da vida...
Eu te carrego,
na copa deste sombreiro.
Pois nada é mais poderoso
que a fé de um índio campeiro.
É coisa braba
quando um touro se renega
vira a cabeça pra grota
e sai esmagando macega.
Troveja o céu do Rio Grande
treme o chão num atropelo
e o pampa ferve no sangue
quando arrepia o cabelo.
É ai que um "doze braças"
se desata sem receio
e que se conhece a raça
de um vivente dos "arreio".
Cruzo o rastro e empurro o tento,
no templo do campo afora
peço a bênção pra esta armada
pra Deus e Nossa Senhora.
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