O sul por vida
Mauro moraes
Vivo o que escrevo sensitivo de mim
E tiro do instrumento o bom da coisa ruim
E creio que vale a pena lavar a erva do mate
Gosto de usar as paisagens,
Mapear as imagens num fundo de campo
Gosto da tropa de cria chamando a poesia pra perto do rancho
Gosto da prosa sem lado pescando dourado no rio Uruguai
E das coisas que faço tocando no braço do meu violão
E tiro do instrumento o bom da coisa ruim
E creio que vale a pena lavar a erva do mate
Gosto de usar as paisagens,
Mapear as imagens num fundo de campo
Gosto da tropa de cria chamando a poesia pra perto do rancho
Gosto da prosa sem lado pescando dourado no rio Uruguai
E das coisas que faço tocando no braço do meu violão
Como se o sorriso me enxugasse os olhos
Como se o destino me apontasse o mundo
Amontoei os troços apalpando a gaita
E descobri o pago em cena
Encilhei o cavalo e me toquei pro campo
Se não fosse o gado eu não seria tanto
Pra manter as tralhas do meu coração
Como se a manada me peleasse a rima
Como o se galpão me sujeitasse o canto
Amontei no tempo sem olhar o pêlo
Do amanhã que eu mais queria
Amaguei a mágoa chamuscando uns ciscos
E sovei o pala amigando o vício
De atorar a alma a tanta inspiração
Coisas desses fronteiros que, iguais a nós,
Tem o sul por vida, e passam uma eternidade
Matando a saudade numa coxilha
Coisas desses campeiros de fala mansa:
-Não tem de quê!
Coisas desses paysanos que aquerenciamos num chamamé!
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