Vou na fé

Foi a falta de opção
E a discriminação que fez eu me tornar
Esse homem de disposição
Que de fuzil na mão só quer se levantar
Mas correndo sempre pelo certo
De olhos abertos sem vacilação
Respeitando pra ser respeitado
Mas sempre ligeiro com a conspiração

Porque nesse mundo de hoje em dia
Tem que saber em quem confiar
Falsidade no crime é mato
Eu não quero ver a minha mãe chorar
Eu sei que essa vida que eu levo
Deixa ela muito infeliz
Mas pra mim essa foi a saída
Mudar de vida foi o que eu quis

Eu ainda era uma criança
Que sonhava em ser um jogador
Fazer gol e levantar a torcida
Mas infelizmente esse sonho acabou
Eu só tinha apenas 11 anos
Quando entrei pra essa vida louca
Aos 14 eu já era gerente
Linha de frente e mandava na boca

Fui ganhando conceito no crime
Aos 18 já era patrão
Só andava pesado de ouro
Dinheiro no bolso, de moto e carrão
Rodeado de belas mulheres
Eu só curtia as baladas de elite
Camarote no balde com gelo
Vários Redbull e umas garrafas de Whisky

Mas o tempo ia se passando
Eu ganhava fama na quebrada
Quase toda semana era certo
Que os atrasa lado, canalha de raça
Mas dinheiro não era problema
As lojinhas tava de à milhão
Os clientes faziam até fila
Porque eles queriam produto do bom

Mas quando minha casa caiu
Minha vida de luxo acabou
Foi que eu vi que eu tava iludido
E parei pra pensar no que minha mãe falou
Refleti sobre suas palavras
Disposto a me regenerar
Mas quando a liberdade cantou
Ninguém me ajudou e eu vim a fraquejar

E hoje eu vou, vou na fé, partir pro arrebento
E seja o que Deus quiser
E hoje eu vou, vou na fé, partir pro arrebento
E seja o que Deus quiser
E hoje eu vou, vou na fé, partir pro arrebento
E seja o que Deus quiser
Tá, rá, tá, tá, tá
Hoje eu vou, vou na fé