Só É escravo quem tem medo de morrer
Mestre nivaldo
A chibata descia nas costas
O sangue do negro jorrava
Era dor sofrimento e lamento
Mas o negro não chorava
O sangue do negro jorrava
Era dor sofrimento e lamento
Mas o negro não chorava
E nas noites vazias rezava
Pedindo sua proteção
Sua sorte não mudava
Eram dias de solidão
Ele só sentia saudades
Da terra onde ele vivia
Onde tinha a liberdade
E também possuía família
Mas o pensamento era forte
E não aceitava correntes
Lutou contra o feitor
Para libertar sua gente
Capoeira surgiu na sua vida
Como forma de libertação
A partir desse momento
O negro se arrastou pelo chão
Com rasteira e cabeçada
Com bênção e esporão
O negro conquistou liberdade
E escravo ele não foi mais não
Só é escravo quem tem medo de morrer
Aprendi a capoeira não vou mais sofrer
Só é escravo quem tem medo de morrer
Aprendi a capoeira não vou mais obedecer
Só é escravo quem tem medo de morrer
Com a quebra das correntes liberdade vou viver
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