Metá metá

Angoulême

Metá metá
Manca, pula, para e berra
Desespero na tela do celular
Vaga pela rua, na penumbra
Inventa seu amor fora do ar

Tem comida mas não come
Tem morada mas sem chave pra entrar
Vai beijar o chão de pedra
Transformada em pedra fria e cinza

Pele tatuada, carne mutilada
O seu dente sangra
Chora enquanto ri sozinha, faz careta
Grita um verso a quem passar

Não tá bom aqui em cima, salta
Sai de banda, um, dois, não tá mais
Platibanda leva a marca da felina
Sonsa que tem asa

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