Contador de estrelas
Naeno rocha
Às vezes eu acordo pra ver estrelas
E choro vertiginosamente.
E minhas lágrimas brilham
E meus olhos se enchem de astros flutuantes.
E choro vertiginosamente.
E minhas lágrimas brilham
E meus olhos se enchem de astros flutuantes.
Sinto dores no silêncio
E silencio tudo que em mim é barulhento
Traiçoeiramente acordado de um sono escuro
Mergulho copiosamente por entre belezas, acordado.
Transtornadamente imergido na noite.
Todas as dores estão sobre mim
Tudo em mim padece, sofre e se esquece
Que não acordei por querer,
Que ninguém busca a brasa acesa
E pisa sobre ela a encandear-se
Porque a carne se mostra
Em uma triste revolta e se expõe,
Paradoxalmente, ao sofrimento.
O meu peito na dura opressão
Não se contenta com a brisa fria da noite.
Marcas de ferro e de fogo,
Prodígio gozo de uma alma penitente.
E o meu espírito partido
Vê-se entristecido,
E não se abstrai com o que tem de sofrimento.
Como uma presença que não me distingue.
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