Estação
Naeno rocha
Ave branca, esta manhã,
Com as estrelas liquefeitas
Em outra luz de outra luz
Uma saudade que vem
Da nascente das estações
O trem da vida espreita,
De braços abertos e peito,
Em sacudidos gestos.
Assentos se movem
Move-se a luz de outra luz,
Transporto-me à estrada
No seu começo
E venho louco e não distingo
A beira, as cercas, os milharais
Passam azuis,
E a esperança verde passa, por mim.
Como água serena na areia,
A solidão está aqui,
Comigo e ela, comigo
Gasto os sapatos, um freio brusco,
Paro e sento sobre o trilho solto
Ave cinza, esta tarde,
Já tarde demais, quase noite,
As estrelas se compactam,
E enchem o meu peito de saudade.
Saudade deste dia corredio,
Da esperança fugidia,
Com quem dividi todo o tempo de hoje
Bancos rijos, nenhum sacolejo,
Ninguém anuncia, esbravejo.
Maldito dia que não trouxe tudo,
Trouxe-me o nada,
O nada, vazio,
Um trem de vagões batendo,
Uma viagem que eu fiz,
Na ida,
E era à volta a minha esperança.
Saíram das formas todas as estrelas,
Pepitas, na mesma forma de prometer,
Amanhã, líquido quente,
Uma luz da mesma luz inquietante,
Fica o meu coração na estação,
E eu vou sem ele, fugir
Dessas visões de quem não vê,
Só sente, levanta, senta, sente.
Com as estrelas liquefeitas
Em outra luz de outra luz
Uma saudade que vem
Da nascente das estações
O trem da vida espreita,
De braços abertos e peito,
Em sacudidos gestos.
Assentos se movem
Move-se a luz de outra luz,
Transporto-me à estrada
No seu começo
E venho louco e não distingo
A beira, as cercas, os milharais
Passam azuis,
E a esperança verde passa, por mim.
Como água serena na areia,
A solidão está aqui,
Comigo e ela, comigo
Gasto os sapatos, um freio brusco,
Paro e sento sobre o trilho solto
Ave cinza, esta tarde,
Já tarde demais, quase noite,
As estrelas se compactam,
E enchem o meu peito de saudade.
Saudade deste dia corredio,
Da esperança fugidia,
Com quem dividi todo o tempo de hoje
Bancos rijos, nenhum sacolejo,
Ninguém anuncia, esbravejo.
Maldito dia que não trouxe tudo,
Trouxe-me o nada,
O nada, vazio,
Um trem de vagões batendo,
Uma viagem que eu fiz,
Na ida,
E era à volta a minha esperança.
Saíram das formas todas as estrelas,
Pepitas, na mesma forma de prometer,
Amanhã, líquido quente,
Uma luz da mesma luz inquietante,
Fica o meu coração na estação,
E eu vou sem ele, fugir
Dessas visões de quem não vê,
Só sente, levanta, senta, sente.
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