Naeno rocha

Poesia

Naeno rocha
Eu uso a poesia como um instrumento de tortura
Não tenho rosas cultivadas em minha casa
O que entrego numa literatura desmedida
Não fendem em mim nenhum tipo de brecha.
Meus intentos são de proporções desiguais
Quando não desejo só pra mim
Escolho um nome de uma mulher qualquer.
E alguma mulher que tenha esse nome
Quando lêem o poema ambíguo
Renegam as afeições do perigo, da dor.
Sabem que eu sofro, mas não distinguem
Entre os mesmos nomes do encanto
Outro que os substitua.
E renegam, nuas diante de outro, um alheio
Com um molho de rosas na mão
Gentilmente expondo suas inverdades.
Eu utilizo da poesia o impacto que quem ver
Antes de ver, já chorava folheando as páginas
E quanto tenho sabido de mim na piedade dessas pessoas
Mais e mais, arrisco outras poesias,
Achado, outro nome pra mim.
Eu me acerto com a poesia, faço um parto
Num leito do chão, do choro dela.
E ao entregá-la o menino órfão, que o engano fez
Que a impiedosa forma do falso profeta, o poeta
Puseram no mundo mais um, mais um
Anjo sem asas. imobilizaram o sonho.
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