Natália carreira

Geminiana

Natália carreira
Ela é poesia
Eu agradeço todo dia que a tristeza dessa vida
Me ensinou a ler

Ela não é mineira, mas é desconfiada
Às vezes lua cheia, mas nunca saciada
E como poesia, só não achava linda quem não a entendia

Oh, geminiana, eu já te vi chorar, eu já te vi sorrir
Eu já te vi tentar catar os cacos antes mesmo do copo cair

Oh, geminiana, eu já te quis no céu e ainda te quero aqui
Eu já te vi tentar voar mesmo com medo de poder cair

Mas vem, me dê a mão
Que se for chão nosso futuro, que seja
Mas que seja junto

E se for escuridão
Num quarto a gente acende um magenta com ciano
E fica tudo bem

Oh, geminiana eu já te vi mudar, eu já te vi crescer
E eu sei que às vezes dói demais não saber o que vai ser

Oh, geminiana, eu já te vi lutar, eu já te vi vencer
Mas eu sei que às vezes dói demais não saber o que vai ser de nós

A tua ausência me enlouquece, até quem não te conhece te vê em mim
O teu sorriso me acalma, me abraça pela alma
E eu sei que vai ser sempre assim

Oh geminiana eu já te vi sonhar e até te vi querer
Fugir pra uma cidade onde cabe a tua vontade de viver comigo

E quanto mais o tempo vai ter que passar?
Enquanto o tempo passa eu vou me acostumar
E quanto mais o tempo passa, o tempo vai se esgotar
Mas o que é o tempo pra quem sabe amar?
Mas o que é o tempo pra quem sabe amar?
O que é o tempo pra quem sabe amar?
Por onde o tempo passa se o tempo é de pensar?
Me diz, o que é o tempo pra quem sabe amar?

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