Pouca luz
Natália matos
Ela desfila em maiúsculo
Sempre que ela pinta, grita
Hoje cortaram suas pernas
E me sobraram as lanternas
Sempre que ela pinta, grita
Hoje cortaram suas pernas
E me sobraram as lanternas
Sombras dançando na parede
Num tempo lento que conduz
No espelho não vejo os meus olhos nus
Me deito contra pouca luz
É ela que acelera as horas
Que preocupa os homens
Gasta todos os meus tostões azuis
Sem ela descosturo o tempo
Ouço o som do vento
E só no pensamento há luz
Quero pele, pupila, tato
Quero esconder o ato
Quero ver render o trato
Que o breu induz
Quero ver dentro do escuro
Que seduz
Quero mais que dure essa pouca luz
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