Vai tangendo a boiada, no desgaste do calor
Neto andradeSegue firme a sua trilha
No fim de tarde, sol brilha
E o dia passa ligeiro.
No fim da lida, o vaqueiro,
Sendo grato ao criador,
Canta aboios em louvor
Por saber que na estrada
Vai tangendo a boiada
No desgaste do calor
Lamentando a solidão,
Sentindo a dor da saudade,
Sepulta sua mocidade
Nas estradas do sertão.
Atravessa o riachão
Sobre o baio marchador
Que com grande destemor,
No trote da cavalgada,
Vai tangendo a boiada
No desgaste do calor
A noite no céu aponta,
Véu de estrelas a brilhar,
Com o cobertor do luar
Sobre a serra a cama monta.
Uma história ele conta
Pro luar questionador,
Retratando a grande dor
Da distancia da amada
Vai tangendo a boiada
No desgaste do calor
Assim vai levando a vida,
Incansável, não recua,
E rasgando a terra nua
Tem sua missão cumprida.
Desse jeito é sua lida,
Na alegria ou na dor
Valente e batalhador,
No inicio ao fim da jornada
Vai tangendo a boiada
No desgaste do calor
Quando o dia amanhece
Ele monta a sua tralha
Segue sua vida na estrada
Com coragem sem temor
Reza pra nossa senhora
Pedindo sua proteção
No peito a saudade é dor
Relembra a sua morada
Vai tangendo a boiada
No desgaste do calor
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