Nobat

Maurício

Nobat
Ando assim contando os cacos vários
Narrando histórias
Molhando o chão

No olho vivo e cansado e frágil
Minha memória
Permite o não

E saio a noite sem ninguém ao lado
Pra ficar calado e ver
A madrugada desbotar

Eu caio fraco no primeiro trago
E flagro a vida que se foi
Sem avisar

Vai ver
Não era pra ser tão bonito
Não era pra ser tão correto
Tão perfeito mesmo tendo feito parte
Do meu riso

Ando sem saber o que é melhor
Pior
Ando sem saber o que é pra mim

No meu carro o vidro aberto, a luz
O som ligado
E até a solidão me ignora

Vai ver
Não era pra ser tão bonito
Não era pra ser tão correto
Tão perfeito mesmo tendo feito parte
Do meu riso

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