Noites de março (duas rosas)
Non frissonEm meio às folhas, duas flores
Em meio às cores, duas rosas
Em meio à vida, dois sabores
Um olhar quente, mãos nervosas
Ela se fechava em seu casulo
E ela adormecia no sofá
Do medo ela fez o seu escudo
E ela a timidez pra disfarçar
A semana se arrastava
Parecia não chegar
Aquela noite inesquecível
Aquele dia pra lembrar
Em meio à noite, duas luas
Dois desejos num só blues
Duas bocas num só beijo à meia luz
Um dia de março
Sem culpa e sem dor
Pra se descobrir no amor
Vulcão que por dentro
Explodia e o corpo ardia
De prazer e calor
A certeza do desejo morava num beijo
A certeza da paixão no suor de suas mãos
Ela a olhou e falou: "Ela é linda!"
Como se não percebesse ainda
Que já não calava o coração.
Algúem como ela, tão distraída,
Não teve saída, deixou-se entregar
Alguém como ela, tão apaixonada
Não deixaria nada do amor escapar
Para o seu coração nada é impossível
A paixão é invencível, como os brios do ator.
Lutará por seu amor até que o mundo lá fora
(Que fere, castra e devora)
Se canse e entenda de vez seu amor, seu amor, seu amor!