Porfia malcriada
O pimentinha do forróQuero ver quem pode mais Se é o homem ou a mulher
O meu prezado Zenilton Hoje não vai ter mistério
Vou provar num desafio Que não sou uma qualquer
Você defende o homem Que eu defendo a mulher
A mulher é parte fraca, não agüenta o rojão
O homem é parte forte, valente que nem leão
É por isso que o povo só me chama de machão
Tem homem que é manhoso e só vive na preguiça
Só da uma de machão e "fraudulado atiça"
Sua comida todo dia são dois ovos com lingüiça
Tem mulher que é duvidosa, se enfeita igual a pavão
É tudo pra despistar, pra não dar a pista não
Tem a lapa de um pé e só calça sapatão
Tem homem que é mentiroso, diz que é quente que nem forno
O bicho é desarrumado, precisa passar no torro
Para "aruara este bongo", ainda por cima ainda é corno
Tem mulher que é esquisita, parece chuculateira
A bicha é toda furada, parecendo uma peneira
A ponta do gavião é um bico de chaleira
Tem homem que só tem papo, canta igual a um bem-te-vi
Não faz o que a mulher faz nem tomando parati
Quero ver mijar pra trás ou então homem parir
Mulher só pode parir, se o homem da o embalo
Acertando ela na mosca engravida no estalo
Mulher tem boca de sino mais lhe falta um badalo
Se a mulher ficar velha é igual a um pau pereira
Ela pode despistar enganar na brincadeira
Homem velho ta lascado não levanta a bandeira
Mulher velha é charanga e só tem murchiba pura
As canelas afinadas parecendo saracura
Só dorme com copo dágua, pra botar a dentadura
Cala a boca atrevido, sem vergonha, descarado
Cacheiro, arrogante, maloqueiro e safado
Vagabundo, viciado, seu baitola fracassado
Fecha a boca maritaca, mulher feia e nojenta
Tu é filhota de cruz credo no repente não me agüenta
Sua cabaça ta quebrada mariposa chelelenta
Terminou o desafio, de maneira tão segura
Não passou de brincadeira, Zenilton grande figura
Tudo isso é de repente quem ganhou foi a cultura
Pimentinha minha amiga uma mulher tão feminina
Tudo foi uma brincadeira com esta flor tão divina
Uma relíquia da cantiga da cultura nordestina