Odair e júnior

Porteira

Odair e júnior
Uma porteira que existia onde eu morava
Quando a noitinha chegava ali toda a vizinhança
Contava histórias ao luar se reunia
Junto a porteira que um dia viu raiar a minha infância

Ficava ao lado de uma estrada boiadeira
A batida da porteira ecoava no sertão
Ecos que ainda permanecem em meus ouvidos
No estradão de chão batido chão da minha solidão

Uma porteira que eu fechei lá no estradão
Outra porteira dentro do meu coração
Hoje divide meus caminhos desiguais
Que se fechou no triste adeus pra nunca mais

Porteira velha no caminho de meus passos
A batida de seus braços em seu peito de madeira
Foi a divisa da infância e mocidade
No batente da saudade deixou marcas verdadeiras

Na outra banda eu deixei o meu passado
E chorando desse lado arrasto a cruz do presente
Presente triste de chegadas e partidas
Onde a porteira da vida deixou marcas no batente

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