Ateu
Oficina do diaboNão baseio minha crença, em sua falsa palavra
O papel aceita tudo, assim vejo seu livro
O seu deus criador, não é mais que um mito
Querendo me converter, você tenta me convencer
Mas seus argumentos são falhos e não vão prevalecer
Bom cristão seguidor, consciente dos seus atos
Sua fé só serve como desculpa para seus pecados
A quem não se esconde atrás de bíblia, pode comprar a briga
A sua igreja é uma empresa, com visão capitalista
O ouro escravo católico, o pastor milionário
E eu lendo sobre um homem que andava de pés descalços
Dizendo em sermão que esqueça a riqueza
Dê a César o que é de César, com toda certeza
Pela cabeça da agulha passa fácil o camelo
Mas quem tem posse de ouro não entrará em seu reino
Eu vejo a farsa, a pura ludibriação
A exploração do carma, a pura manipulação
O tempo passa e muda, a filosofia não
Religião é um grande negócio para quem tem ambição
Não é salvação, enrustido na danação
Sua palavra é o estopim para toda ação
Patrocínio da guerra é discurso já batido
Hoje vemos o retorno do controle político
Concentração de poder, como se pode escravizar?
Então o grande demagogo começa a pensar
Propaganda, mentiras, dono de televisão
Nunca esteve tão claro o seu plano de dominação
Dizer e repetir, sempre alertando por que
Eu não crer em deus é o que incomoda você
A minha fé senhor, não é a que você quer
Então você mente dizendo que ateu não tem fé
Sento e olho o bule, espero você provar
Você vai falando e eu tomando meu chá
E vamos vivendo a lógica, navalhando os fatos
Acreditar no mais simples, é sempre o mais fácil
E furtivo à ciência, se desenha inteligente
Contando passível, com a atitude do crente
O unicórnio está aí, quem consegue acreditar?
Sempre em rosa invisível aos que querem enxergar
Mas veja só, ouça bem, não canso de escutar
Sua crença é a cultura de sempre julgar
É falta de deus no coração, falando do criminoso
O ateu é tido como a ruína do povo
Sua mentira vai a milhões, e faz propagar
A calúnia que cria o rancor, para estimular
Ódio as diferenças, vivendo pela aparência
Imerso na opulência, emerso da sapiência
A intolerância contamina, impede a evolução
Uma cartilha anti-democracia é o livro cristão
Ao confronto de pensares, responde com agressão
Há milhares de anos impondo a imbecilização
Sempre tentam, ainda querem, nossa submissão
A ruína é como o ópio e o ópio é a religião
Imposto ao nascer, batismo é desrespeitoso
A gente nasce ateu e se torna religioso
Segue tranquilo, a verdade o libertará
Não é a palavra do ministro que a revelará
De lá ouço com sobras, é ódio e preconceito
No Brasil até estuprador é mais aceito
Quem entendeu sabe, tem que ter disposição
Ser ateu por aqui, é enfrentar discriminação
É diário o furor desse círculo odioso
Amargo fruto da ignorância do religioso