Orakulo

Dezoito primaveras

Orakulo
Na madrugada fria
A solidão como companhia
Lembranças
De uma outra estação
O silêncio soberano
E ensurdecedor
vem pra ferir
Teu nobre coração
deixa a tristeza
Falar por mim
pois a vida é triste e bela
Ela vem sempre
Ao meu jardim
Há dezoito primaveras
O meu orgulho
Disfarçava o medo
E a vergonha entorpecia
Calava o ódio
dentro do meu peito
eu entendo o que você sentia
Era o be contra o mal
Era a noite contra o dia
Era a razão contra a moral
Era a morte contra a vida
Deixa a tristeza falar por mim
Pois eu ja nem sei
O que eu senti
E estas flores
Mortas no meu jardim
Já não fazem mais sentidos
Se ninguém sabia
Do meu pessimismo
O que é que eu tenho
A ver com isso
Então me entrego
Aos ventos do destino
Daqui ninguém sai mesmo vivo
Se ninguém se importa
Com o que eu digo
Por que insistem
Em me dar ouvidos?
Me dão ouvidos
Me dão sentidos
Me dão motivos
O que eu sinto
Já não faz sentido algum
O abismo em quem caímos
É profundo
Mas não é tão obscuro
Quanto o mundo
Em que vivemos
O abismo em que vivemos
É nojento
Pra mudar o mundo
É preciso
Bem mais do que bom senso
Mas é um bom começo
Quando acaba a madrugada
O sol desperta a embriaguez
Já não sofro
Pela dor da solidão
Mas abro os olhos
Não vejo nada
Então me entrego
Mais uma vez
Ideiais insanos
Em prol da destruição
Deixa a tristeza
Falar por mim
Pois a vidas é triste e bela
Ela vem sempre
Ao meu jardim
Há dezoito primaveras
Vão, vão embora
Lágrimas teimosas
Ou então curem
Meu coração ferido
Deixa a tristeza
Falar por mim...
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