Tropeçando nas palavras
Orfeu e os alquimistasE quanto mais eu pensava nas palavras, não concretizava nada e só saía coisa à toa.
E mesmo assim, eu continuei tentando, as ideias fui buscando nas coisas do dia a dia
E eu pensava no galo cedo cantando, nas vaquinhas, no alazão e tudo que traz alegria
Eu tropiquei, mas não cai, sem saber eu embolei pra todos que querem ouvir.
Eu tropiquei, mas não caí, sem saber eu embolei pra todos que querem ouvir.
Uma zonzeira foi me pagando de jeito, não cabia no meu peito essa vontade de criar.
Mas com palavras, só quem sabe tem o dom, pra fazer sair o som das palavras que eu falar.
Sêu tocador de viola ou sanfoneiro viaja o Brasil fazendo o povo cantar.
Chega pra cá, vem sentar no meu terreiro e ensinar pra esse trigueiro como faz pra embolar.
Eu tropiquei, mas não caí, sem saber eu embolei pra todos que querem ouvir.
Eu tropiquei, mas não caí, sem saber eu embolei pra todos que querem ouvir.
Cobra criada que vive na cantoria, na rima, na poesia faz o som na brincadeira.
Bate nas cordas, com destreza a melodia, com certeza eu queria ser também dessa maneira.
E tenho certo como o dito popular: “Quem desdenha, quer comprar”, então faça a escolha certa.
Que como eu, escolheu o que quer cantar, embolar, calanguear, nem afroxa, nem aperta.
Eu tropiquei, mas não caí, sem saber eu embolei pra todos que querem ouvir.
Eu tropiquei, mas não caí, sem saber eu embolei pra todos que querem ouvir.
Sai daí pra cá, vem cá calanguear!
Sai daí pra cá, vem cá calanguear!
Que eu tô a te esperar.
Que eu tô a te esperar.