Costura
Orlando morais
Meu deuzinho vou pegar o meu
Cabelo
Costurar o mundo inteiro
Na renda do travesseiro
Onde eu costumo sonhar
Costurar um pedacinho da Bahia
Na cintura do meu dia
Na fivela do pensar.
Toda a fome existente neste mundo
Quero costurar no fundo
Pro sofrimento abrandar
Costurar o céu na terra
E a terra no meu peito
Emendando, do meu jeito, meu
Pensar.
Quero costurar as Europa no
Nordeste
Lorde com cabra da peste
E o sol dentro do luar
Quero costurar a estrada no
Joelho
E a curva no cotovelo
Contornando meu cantar.
Todo amor que eu costurar no coração
Vou dar nome de uma nação
Prá melhor eu relembrar
Todo amor foi sentimento verdadeiro
Parece que foi ligeiro,
Parece que vai passar.
Costurei o meu sofrer
Pro trovão não acordar
Mas a chuva quis chover
Meu sofrer, vai desaguar
Cerca, ajuda, não corre, não
Chama, prende, pisa no chão.
Todo sonho costurado é um bordado
E o avêsso é o outro lado
Vê-se o mar, vê-se o sertão
Costurei o fim do mundo
Na doçura de um segundo
Falou alto o vagabundo coração.
A poeira avermelhou a minha testa
Mas eu costurei depressa
Na panela de feijão
Essa água da bacia me interessa
Prá lavar a minha testa
Prá molhar a minha mão.
Costurei a asa branca de Gonzaga
Prá que ele sempre nos traga
O lamento, o ribeirão
A alegria é uma coisa instantânea
Vejo as tardes de Goiânia
Costurei a imensidão.
Costurando, costurei com a minha costura
Costurei vida futura
Sem Costura não dá, não
Cada ponto, cada porto, cada jura
Costurei a vida dura num pedaço de sabão.
Cabelo
Costurar o mundo inteiro
Na renda do travesseiro
Onde eu costumo sonhar
Costurar um pedacinho da Bahia
Na cintura do meu dia
Na fivela do pensar.
Toda a fome existente neste mundo
Quero costurar no fundo
Pro sofrimento abrandar
Costurar o céu na terra
E a terra no meu peito
Emendando, do meu jeito, meu
Pensar.
Quero costurar as Europa no
Nordeste
Lorde com cabra da peste
E o sol dentro do luar
Quero costurar a estrada no
Joelho
E a curva no cotovelo
Contornando meu cantar.
Todo amor que eu costurar no coração
Vou dar nome de uma nação
Prá melhor eu relembrar
Todo amor foi sentimento verdadeiro
Parece que foi ligeiro,
Parece que vai passar.
Costurei o meu sofrer
Pro trovão não acordar
Mas a chuva quis chover
Meu sofrer, vai desaguar
Cerca, ajuda, não corre, não
Chama, prende, pisa no chão.
Todo sonho costurado é um bordado
E o avêsso é o outro lado
Vê-se o mar, vê-se o sertão
Costurei o fim do mundo
Na doçura de um segundo
Falou alto o vagabundo coração.
A poeira avermelhou a minha testa
Mas eu costurei depressa
Na panela de feijão
Essa água da bacia me interessa
Prá lavar a minha testa
Prá molhar a minha mão.
Costurei a asa branca de Gonzaga
Prá que ele sempre nos traga
O lamento, o ribeirão
A alegria é uma coisa instantânea
Vejo as tardes de Goiânia
Costurei a imensidão.
Costurando, costurei com a minha costura
Costurei vida futura
Sem Costura não dá, não
Cada ponto, cada porto, cada jura
Costurei a vida dura num pedaço de sabão.
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