Cigana
Ornitorrincos do sertão turu
A flor força seu caminho
Frente à face do asfalto
Como pode essa flor
Tão mais frágil e delicada
Resistir a esta força?
Frente à face do asfalto
Como pode essa flor
Tão mais frágil e delicada
Resistir a esta força?
Que lhe afaga! Tão amarga!
Feito faca, amolada
Dilacera toda alma
Que se entrega numa causa
Como este meu amor
Que eu te guardo
Tanto guardo
Bem no fundo desse peito
Bate o tempo ainda me lembro
Fino traço do teu seio
Desenhado com línguas ágeis
E o fio dos teus cabelos
Escorrendo entre meus dedos
Poesias concretistas
São as curvas do teu corpo
Onde me perco, mas não perco
O desejo que vem de dentro
Tu és fada, cigana amada
Uma bruxa de açúcar
Que me encanta, me enfeitiça
E assim eu dou-me todo por ti!
Eu te quero bem, eu te quero bem
Tanto quero bem, tanto quero bem
Sim te quero bem, sim te quero bem
Mas ela não vem, mas ela não vem
Pra mim!
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