Os dodôs

Primeiro amor

Os dodôs
Estava eu, mais um dia de trabalho
Sufoco na cidade, no meio do metrô
Matutando sobre as coisas intrínsecas de minha vida
Até me deparar com a lista de estações de nosso trem
Logo me veio à cabeça, meu primeiro amor
Seu nome? Primeiramente Ana
Pra mostrar, todo seu jeito de mulher
Posteriormente: Rosa, envolta por espinhos, bela como
uma flor
A minha sorte, é que a menina tinha sangue ardente
E por minha pessoa, nutria grande sentimento
E juntos, como que num paraíso
Seguíamos atados, longe de qualquer tormento
Era como um sonho, e a vida ao lado dela, era valsa
E a cada descompasso, me acertava o passo
Com um beijo doce, como um brigadeiro
Sorrateiro e derradeiro
E nossas visitas insistentes, ao parque do Trianon
Ou mesmo as vezes, à clarabóia, junto ao Masp
Ana dedicava à mim, suaves melodias
Que com tal primazia, minha vida conduzia
Todavia, como meu futuro torto, bem predizia,
a morte, encorajada a completar sua tarefa,
Levou-me Ana, e sacana não deixou nenhuma consolação,
Apenas uma badalada, em meu coração
Perdido vagava eu, por toda aquela escuridão
E aos tropeços, sem mais nenhuma orientação
Com parte minha internada, como se quer existisse
clínicas
Ou qualquer benção, que enfim curasse, meu pálido
coração
Destruido, meu corpo dirigiu-se instintivamente
Para seu leito fúnebre, e em uma metáfora
Deixei ao lado de minha Rosa, minha representante
Pontiaguda e mal cheirosa, uma sumaré
Súbito, minha menina, no ímpeto de seu último ato
Devolveu-me a esperança, e com uma pétala rúbra
Fez me retornar à Vila, foi numa primavera
Colorida e singela, que conheci Madalena
Encontrou algum erro na letra? Por favor envie uma correção clicando aqui!

Mais ouvidas de Os dodôs

ver todas as músicas
  1. Primeiro Amor