Maria de minha infância
Padre dalcides
Eu era pequeno, nem me lembro
Só lembro que à noite, ao pé da cama,
Juntava as mãozinhas e rezava apressado.
Mas rezava como alguém que ama.
Nas aves-marias que eu rezava
Eu sempre engolia umas palavras.
E muito cansado, acabava dormindo,
Mas dormia como quem amava.
Só lembro que à noite, ao pé da cama,
Juntava as mãozinhas e rezava apressado.
Mas rezava como alguém que ama.
Nas aves-marias que eu rezava
Eu sempre engolia umas palavras.
E muito cansado, acabava dormindo,
Mas dormia como quem amava.
Ave-maria, mãe de jesus,
O tempo passa, não volta mais.
Tenho saudade daquele tempo
Que eu te chamava de minha mãe.
Ave-maria, mãe de jesus,
Ave-maria, mãe de jesus.
Depois fui crescendo, eu me lembro,
E fui esquecendo nossa amizade.
Chegava lá em casa chateado e cansado,
De rezar não tinha nem vontade.
Andei duvidando, eu me lembro,
Das coisas mais puras que me ensinaram.
Perdi os costume da criança inocente,
Minhas mãos quase não se ajuntavam.
O teu amor cresce com gente,
A mãe nunca esquece um filho ausente.
Eu chego lá em casa chateado e cansado,
Mas eu rezo como antigamente.
Nas ave-marias que hoje eu rezo
Esqueço as palavras e ardomeço
Embora consado e sem rezar como eu devo,
Eu de ti maria não me esqueço.
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