Carapuça
PatuáhDos filhos deste solo, nem sempre és mãe gentil
Povo rico culturalmente e pobre de político decente
Que pintam, bordam, mentem, sambam na cara da gente
Terra de grandes gênios, mestres do cultivo
Que estão esquecidos por falta de incentivo
Quanto mais conhecimento ainda será perdido?
Quantos Einsteins vão morrer sem ter a chance de saber?
Quantas curas são escondidas só pro dinheiro crescer!
E se a carapuça servir é que estamos de olho em você!
Peixe que caça e é fisgado
Cria da caça abandonado
Menino no farol marginalizado
Do malabares, conclave ao fogo cruzado
Do corote ao molotov queimado
Respirando tóxico é envenenado
Latino americano alienado
E o sangue brasileiro foi derramado
E junto a outros sangues miscigenados
Escravizaram e continuam o seu legado
Quinto dos infernos eternizado
Trouxeram a penitência ao monte abençoado!
Quantos talentos abafados pela corrupção
Até artistas acabam por varrer o chão
Por falta de opção, pois precisam de um ganha pão
Enquanto na TV o que da ibope é vacilação
Político ladrão sim, polícia na favela
O tráfico se renova e isso tala a goela
É o morador da blusa verde e amarela
Que pinta o asfalto com seu sangue pique aquarela
Gritos revoltados dos moradores nas janelas
Alguns quebram a cidade e outros só batem panela
Independentemente de qual é a sua meta
Esse é o país onde os 10% não vivem na merda sim, favela asfalto
Asfalto favela até o fim da nossa história é mão pro alto
É mão pro alto, é mão pro alto!
Esse é meu apelo por todos os brasileiros que trabalham o dia inteiro
E no final do mês, mais uma vez, não sentem nem o cheiro do dinheiro
Esse é meu apelo por todos os brasileiros que trabalham o dia inteiro
E no final do mês, mais uma vez, continua o mesmo o desespero
Quantas curas são escondidas só pro dinheiro crescer!
E se a carapuça servir é que estamos de olho em você!