Sertões e sertões
Paulinho jequié
Sertões e sertões.
Sou peregrino na estrada
Eu quero a vida voltar
Cicatrizando os caminhos
Renascer e plantar.
Sou peregrino na noite
Meu luar não se foi
Muitos manos ficaram
Nem tudo se foi,
Meu fifó, o meu côfo e a carabina
Minha sina de ser um filho da terra
E viver pelo mundo que não é meu,
Ó, minas,
Mira bem para o resto da estrada de ferro
Quantos braços cravaram tatos dormentes,
Para ouvir o trem na curva apitar
E apitou, e até nunca mais.
Carcará cantando na estrada asfaltada
São os traços das eras chegadas prá quem duvidou.
Urubus no céu
No campo alguns tabaréus
Restos de amor e respeito - eu tiro o chapéu.
Sou peregrino na estrada
Eu quero a vida voltar
Cicatrizando os caminhos
Renascer e plantar.
Sou peregrino na noite
Meu luar não se foi
Muitos manos ficaram
Nem tudo se foi,
Meu fifó, o meu côfo e a carabina
Minha sina de ser um filho da terra
E viver pelo mundo que não é meu,
Ó, minas,
Mira bem para o resto da estrada de ferro
Quantos braços cravaram tatos dormentes,
Para ouvir o trem na curva apitar
E apitou, e até nunca mais.
Carcará cantando na estrada asfaltada
São os traços das eras chegadas prá quem duvidou.
Urubus no céu
No campo alguns tabaréus
Restos de amor e respeito - eu tiro o chapéu.
Arde ao sol de janeiro planicies, montanhas
Coivaras acesas de pés de umburana
Capadas quimadas,
Péduros malhando nos licurizais
Trilham os meus pés caatingueiros
Ardentes estradas
Revejo algaroba, juremas queimadas
Tropéis de saudade, sertões e sertões,
Calumbis, gravatás
Vasta serrania cinzenta
Vai, pensamento, sonha
Abre as porteiras da terra,
Vai, pensamento, corta esse céu,
Leva o amor e traz a poesia
Prá meu cancioneiro.
Fico na estrada, pisando a lembrança
De tanta vivência
Sentindo a ausência dos meus companheiros
Que em tempos passados pisaram na estrada,
E até nunca mais
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