Cerne de aroeira
Paulo francoVim arriscando a sorte
Bebi água envenenada
Respirei o ar da morte
Na navalha do destino
Vim rastejando no corte
Eu vim trazendo coragem
Esperança e sangue forte
A minha pobre bagagem
Eu mesmo fiz o transporte
Para entrar na batalha
Saí da minha trincheira
Com pingos do meu suor
Fui apagando a poeira
Com fibra e resistência
Igual cerne de aroeira
Eu sempre segui avante
Atravessando barreira
E no mastro da vitória
Hasteei minha bandeira
Chorei muito no passado
Para sorrir no presente
Estou colhendo o fruto
Onde plantei a semente
A minha mão calejada
É a minha grande patente
E tudo que hoje tenho
Agradeço a Deus somente
Porque na luta da vida
Eu venci honestamente
Gente que me vê na sobra
Tem inveja do que sou
Mas não sabe que o sol
Muitas vezes me queimou
Nos caminhos que passei
Muita gente não passou
Nas lutas que eu venci
Eu vi gente que tombou
Precisa ter fé em Deus
Para chegar onde estou