Paulo padilha

A fome

Paulo padilha
Segunda-feira acordei contrariado
Sonhei com supermercado mas não tinha o que comer
Virei de lado vou dormir mais um bocado
Tô com o sono perturbado mais tarde vou resolver

Ao meio-dia como a fome não sumia
Eu fui na casa da tia e pedi pra me benzer
Ô olegário seu problema eu não resolvo
Um prato de arroz com ovo feijão farinha e couve
Talvez possa resolver

Nossa que fome eu tô
Passei o dia inteirinho sem comer
Eu já não sei o que fazer da minha vida
Por um prato de comida vou matar ou morrer

Na terça-feira com uma fome danada
Peguei o rumo da estrada e fui andando sem destino
E fui pedindo auxílio pra quem passava
Mas o povo ignorava e assim eu ia seguindo

Na quarta-feira com a barriga vazia
Eu fui na delegacia e pedi pra me prender
Seu delegado eu não fiz nada de errado
Mas quero ser enjaulado ou até mesmo acorrentado
Se me derem o que comer

Seu olegário se o senhor está com fome
Então mate um home e come não venha me interromper
Mas faz dois dias que eu não como nem farelo
Tô ficando amarelo o que é que eu vou fazer

Nossa que fome que eu tô
Passei o dia inteirinho sem comer
Seu delegado por um prato de comida
Eu selei a minha vida naquele come não come
Acabei matando um home e o senhor tem que me prender

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