Pedro carreiro e fabiano

Testamento de um poeta

Pedro carreiro e fabiano
Viola minha viola
Da cor do nascer do sol
Nasceu lá nas matas virgens
Enlaçada por cipós.
O seu tronco bem crescido
Enfeitado pelos nós
Da madeira cor de fogo
E da casca carijó.

Quantas vezes em seus galhos
Lindas aves ví pousar
Como você pousa agora
Em meu peito a cantar.
Cada um tem seu destino,
Cada um tem seu lugar.
Você foi sacrificada
Para hoje me alegrar.

Pedacinho de madeira,
Pedaço do meu viver.
Não te deixarei sozinha,
Nem mesmo quando eu morrer.
Não tenho nenhum herdeiro,
Para cuidar de você
Iremos juntos pra campa,
Deste mundo emudecer.

Seu som e a minha voz,
Neste mundo vão ficar.
Eu estou só de passagem,
Qualquer dia vou mudar.
Só sei que a minha voz,
Um dia vai silenciar
Mesmo estando em silêncio,
Ao meu lado vai ficar.

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