Pedro pondé

A carne dos deuses

Pedro pondé
Lembra dos retro-mutantes, dos proto-mutantes
Dos bio-mutantes cantados em momentos atrás
Os quais ainda são a linha esperada, a conduta marcada
Por atitudes de originalidade e paz
Mas desta vez vou falar de homens
Que por caminhos diferentes daqueles
Procuram também seus objetivos naturais
Também não se estabeleceram, não aceitaram
Não se encaixaram em perversas etiquetas sociais
Todos anormais, todos desqualificados
Castrados, desajustados
Considerados um problema
Eles têm uma sensibilidade aflorada
Que os tolos não podem aceitar
Porque estão todos fora do esquema
Agora onde sou, quem estou?
Pra quem só passa pela vida
Isso pode até parecer brincadeira, mas não...
Como eles, eu volto ao monte, volto à caverna
Sinto o bicho que sou se contorcendo em minha veia
Volto ao tudo para achar a resposta mais sensata
A carne dos deuses em minha cara

Simplesmente
A carne dos deuses em minha cara
Eu volto ao monte
A carne dos deuses em minha cara

E assim eles me mostraram:
Passe dos limites da sua casa, da sua turma
Se comunique sem nenhum tipo de rótulo
Supere seus limites
Não se conforme com a informação
Busque, atreva, ultrapasse os muros impostos
Atravesse a linha do seu horizonte
Eleve seu espírito como um flash
Sem destino, em todas as direções
Supere seus limites de respiração, de força de bicho
Como um macaco nu que luta incondicionalmente pela vida
Então, sinta mais...
Abrace cada sentimento seja ele qual for
Como se abraça a quem se ama
E quando precisar, chore
Onde estiver, chore
E um dia, dance...
Um dia dance do jeito que você quiser
Sem dúvida, as pessoas que dançam com verdade
São pessoas muito mais felizes
E por mais louco que possa parecer
Não me ouça
Pois posso ser apenas mais um tijolo daquele muro que você quer
Passar...
Simplesmente passar...
Passar...
Simplesmente passar...

Simplesmente
A carne dos deuses em minha cara
Eu volto ao monte
Eu volto ao monte

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