Não consigo te deixar
Penha pinheiroMeio sem querer, como quem só está sem o que fazer
Você sabe muito bem que eu devo estar sozinha
Provavelmente reclamando de alguma coisa
Possivelmente imaginando alguma coisa
Com você
Então, vem me buscar, vamos sair
Descer a pé a ladeira da Consolação até a São João
Com os pés no chão
Quero sentir de novo essa cidade
Que há muito tempo não me passa quase nada
Mas, na verdade, talvez
Seja eu que ande sempre desligada
Uh São Paulo que não me deixa respirar
Uh São Paulo eu não consigo te deixar
Pegue o carro agora
Vamos parar em algum boteco da Marquês de Itu
Desça pelo Arouche, não pare nessa esquina
Tome cuidado com a garoa fina
Rabo-de-galo, birita, seja lá o que for
De madrugada todo mundo tem a mesma cor
Rabo-de-galo, birita, seja lá o que for
É o mesmo sabor
Agora, abra a janela, fale com ela
Pegue o nome, o telefone e o endereço
O resto fica pra depois
Se você lembrar
Vamos sair pelo Bixiga, 14 Bis, 9 de Julho, Paulista, Doutor Arnaldo, Cardeal
Que tal? Nós já estamos quase lá
Que pena, que pena, que pena
Que não tem nada mais aberto aqui na Vila Madalena
Que pena, que pena, que pena
Uh São Paulo...
Tudo bem, valeu, já chega
Vamos voltar pela Rebouças
Depois do túnel a gente pode até parar
Tem um lugar só para comer um sanduíche
Eu nem estou com fome, mas posso até beber
Depois é só descer
Pelo Pacaembu, Marechal, São João
É, e já estamos de volta no Arouche
Abra a janela, fale com ela
Diga que é aquele cara que pediu o endereço
E que nem quis saber o preço
Foi mesmo um bom começo
Ipiranga, São Luís, Direita, Igreja da Consolação
Pode parar, que eu fico por aqui... Até...
Que pena, que pena, que pena (3X)
Que não estava nada aberto lá na Vila Madalena
Que pena, que pena, que pena
Que pena que pena, já era
A gente nem passou pelo Ibirapuera
Que pena, que pena, já era
Uh São Paulo ....