Lingua gens
Pepysho netoEu canto para os nichos dos santos
Decanto a luz no opus
Peço habeas corpus à vida
Eu canto para marginais eu canto
Eu canto pelas catedrais eu canto
É um boneco de pano
O meu cantar urbano recôndito
Minha língua é o som da américa latina
Meu canto é a guerra pela paz
Meu canto é ante as vitrines
Meu canto é o sangue dos jornais
Minha língua museu luso-brasileiro
Eu canto o lixo-luxo clerical
Meu canto é a fúria e a sede do oceano
Meu canto é o sul da américa do sal
Eu canto em português buenas-dichas
Eu canto o burguês, negros e bichas
E desse carnaval
Faço um canto real surrealista
Eu canto o “sim e o não” de tantas lutas
Eu canto os garanhões, as prostitutas
E num cântico vadio
Eu canto o cio dos cães de rua
Eu canto a delinquência obtusa
Canto que a consciência parafu.s.a.
E revolucionário
O meu canto ordinário é a mais-valia
Eu cantos os aeroportos do mundo
Eu canto os natimortos, os vagabundos
Voyage d’ici de paris
Sou exupéry na terra dos homens.