Phi d'art

Baioneta

Phi d'art
Você me veio como um carnaval e se foi com fevereiro
Eu te esperei o ano todo aqui sentado como o um terminal

Desligue o usb, revele
Não tenho pálpebra na pele, não tem como eu não sentir
Água não tem cabelo, menino
A corrente é sul e eu sou franzino, deixei que ela me leve

Foi mais forte que um estouro de rojão, no são joão
Foi mais foda que um tiro de bacamarte apontado ao chão
Foi mais glorioso que a pancada do maracatu
É como bomba de hiroshima na mão do americano

Quando acaba a bala, só me resta baioneta
Se acabar a escada, eu subo de ladeira
Se acabar a vergonha, eu vou sorrir pro mundo
Vou correr pelado meus cem metros rasos e chego em segundo

Como ter um quadro preto e branco e emoldurar
Daí vem a nostalgia e o pranto e não poder chorar
Como ser feliz e não poder gritar
Ser alegre sem sorrir, sem pestanejar

É como a vingança de lampião no meu sertão
É como a sanfonada do mestre gonzaga, rei do meu baião
Foi mais glorioso que a pancada do maracatu
É preto velho, é samba, é coco, é negro

Quando acaba a bala, só me resta baioneta
Se acabar a escada, eu subo de ladeira
Se acabar a vergonha, eu vou sorrir pro mundo
Vou correr pelado meus cem metros rasos e chego em segundo

E se acaba o mundo, eu voo num pedaço dele
E se for domingo, eu vou dormir na rede
E se for um “né” eu digo que tá
Só pra dormir o meu domingo sem me aperrear

Só pra dormir o meu domingo sem me aperrear
Só pra, sem me aperrear, só pra dormir o meu domingo
(Variações)
Você me veio como um carnaval e se foi com fevereiro
Eu te esperei o ano todo aqui sentado como o um terminal

Quando acaba a bala, só me resta baioneta
Se acabar a escada, eu subo de ladeira
Se acabar a vergonha, eu vou sorrir pro mundo
Vou correr pelado meus cem metros rasos e chego em segundo
(Variações)

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