Por entre os dedos
Ponto nulo no céuO que não presta mais, não me apraz
Jogo fora
Já não me satisfaz só perceber beleza exterior
Já não me aprazem os sinais diários
Deste torpor se transformando em rotina
Tudo se esvai por entre os dedos, no fim
Acúmulo de problemas irreais, em demasia
Mesmas histórias, mesmos finais
Repetida alegoria
Já não me apetece mais
A falta de um sentido verdadeiro
Nos encontros dos corpos
Que procuram um abrigo no vazio de outros corpos
Angústia quando sente, consome lentamente
Acomete, como sempre, o ânimo
Tristeza não tem fim, felicidade sim
Os tempos são ruins, mas devem clarear
Cansaço nunca vence, quando a vontade cresce
E o brio prevalece, perfura o breu
Não me satisfaz, não me satisfaz
O que não presta mais, não me apraz
Jogo fora
Já não me satisfaz só perceber beleza exterior
Já não me aprazem os sinais diários deste torpor
Tudo se esvai por entre os dedos, no fim
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