Porões da ditadura
PrimosNasce um novo coração
Cresce muito bem sem nada ter que mostrar
Tem em sua música um refúgio, um lar
Mas existe alguém com isso não está contente
É alguém de olho no jovem inocente
Entra em sua casa para o jovem pegar
Mas com muita sorte ele consegue escapar
César alguns meses passa sem esquecer
Cessa um pouco a música pra sobreviver
Mas depois de um tempo ele não resistiu
Voltou pro rock n' roll e em suas asas subiu
Com o rock n' roll voltou o seu general
Junto seus capangas, suas caras de mau
Dessa vez então não houve como escapar
Levado de ambulância de tanto apanhar
Deve existir alguma força
Capaz de resgatar essa nação
É hora do povo cantar junto
Já diretas
Não à repressão
Nos porões da ditadura
Ouvem-se vozes, todas a dizer
Estamos cansados de tanto sofrer
Nos porões, nada é belo
Cada porrada os faz latejar
Mesmo falando ou sem nada contar
Foram muitas noites, cada uma mal dormida
Todos já sabiam não havia mais saída
Pela sua honra, a vida estava pra acabar
Mas nunca o rock n' roll, eles hão de se lembrar
Então mais um dia entrou no quarto o professor
Com sua pistola e suas máquinas de horror
César sobre ele avançou com emoção
Levou 14 tiros, um deles no coração
Em bem pouco tempo se espalhou a novidade
Era comentada em todo canto da cidade
No funeral o padre relembrou o sonhador
Que morrera lutando, derrotado, sofredor
Um dia alguém se lembre dessa história infeliz
Poucos tem coragem de morrer pelo país
Para os que quiserem ficará uma lição
Que basta a coragem, a caneta e o coração
Deve existir alguma força
Capaz de resgatar essa nação
É hora do povo cantar junto
Já diretas
Não à repressão
Nos porões da ditadura
Ouvem-se vozes, todas a dizer
Estamos cansados de tanto sofrer
Nos porões, nada é belo
Cada porrada os faz latejar
Mesmo falando ou sem nada contar