A rua

A rua hoje amanheceu com a gota dágua
Que faltava pra quebrar meu coração
Não sou carioca, mas eu rimo a guanabara
Com a saudade a me estender a mão
E tudo vai fininho, finindo
Em meia xícara de arroz e solidão

Ontem a noite eu vi Deus ficar de cara
E de pouco adiantar sua frustração
Rapaziada foi ficando agitada
Tive que subir o som da televisão
E no domingo nem reclamo, tudo para
Paro a vida e o corpo, a cabeça não
Chove litros de vontade e pura tara
Sou à noite pra usar e consumir

Toda essa ordem já está em concordata
Mas daqui a pouco vai estourar em explosão
Sobre o canto dos covardes d’outras caras
Que vive a vida a sonhar por solução
Mas é reto que o correto também sara
Em outros corpos, almas loucas e saudação
Com saudade pra chorar as tuas mágoas
Tantos carmas pra levar para o colchão