De irmão pra irmão
Quadrilha intelectualPra o azar dos verme deram condicional pro empresário
09 anos guardados, mais feliz em perceber
Que a tropa mirim do exército não parava de crescer
Trafico, assalto, desmanche de carro, não é mais rentável
Por causa da nossa guerra com a quadra de baixo
Mais nem esquenta, por que é eu que tó na rua
Vamu chapar que a noite vai ter queda de filho da puta
Sei que esse cenário favorece o inimigo fardado
Efeito dominó e joga as morte pra um dos lado
Destino traçado, foi assim que me ensinaram
Com meu irmão baleado morrendo no meus braços
Lágrimas da minha família foi veneno na minha veia
Desde então é bala na rua e estocada na cadeia
Já mudei de quebrada pra tentar mudar de vida
Recebia as notícia, engatilhava e rasgava a reservista
Voltava no apetite, aquisição de armamento
Aumentava todas as dívidas em 200%
Aí ladrão hoje é 300, amanhã é 900
Se não pagar avisa pra mãe que ela vai ter um filho a menos
Empréstimo salva vida, sem acionar polícia
Flautista vira peneira quando sai da delegacia
Não ver o filho crescer, virar lembrança, saudade
É o preço pago por tá sempre na atividade
Oh Kalango! E ai firmeza?
E aí parceiro, de boa?
De boa, os moleque falou que tu saiu vei
É, to na rua aí de novo tá ligado
Pra cobrar os capa que mataram meu irmão
Nós tamo de cima aí Kalango, tem as máquina
Tem as moto, tem o opala, tá ligado que é nós parceiro
A hora que tu quiser descer, liga nós irmão
Firmeza, só vou descer lá em casa
Depois nós troca ideia
Irmão qual é o remédio pra uma vida tranquila
Se meia dose de morte não afasta a Glock e a cocaína
Enganando a mãe com calmante no chá
Pra não varar madrugada acordada te esperando chegar
Por que não bastou ela humilhada na visita
Conversando com a mãe dos que queriam teu sangue pela pista
Nem o pai com a cara no chão tomando bicudo na espinha
Por que tu atrasou o pagamento da propina
Nem as letra de RAP, nem a palavra dos crente
Fez você parar de recrutar adolescente
Quando pintou o alvo na testa, sem trampar colou de fiesta
Vilão pro judiciário e pros mais velhos da favela
Nem o boy do núcleo de prática jurídica te salvou
Tu pegou 17 e ele sorrindo com o promotor
Percebeu que não é glória fugir no teto da mansão
Nem ser troféu de segurança pública na televisão
Se achou escravizado, trampando no mercado
Espera puxar pena num presídio privatizado
Fazer jaleco, bola de capotão, costurar sapato
Mão-de-obra se custo, dando lucro pro empresário
Quando tiver arquitetando o plano da agência bancária
Lembra do gari e da diarista la de casa
Carteira assinada pra ex detento é bem mais provável
Que sobreviver a troca de tiro na fuga do assalto
E aí Henrique, e aí Henrique
Tu ficou sabendo do desacerto que rolou ontem lá em baixo lá
Carai mano fiquei, os muleque me deram ideia
Quando passei na esquina ali mano
Como é que foi essa fita parceiro?
Carai vei, foi vários tiro lá
Falaram que o Kalango tava lá também
Eu acabei de ver ele lá no bar
Henrique: Que porra véi, de rocha?
Filho da puta nem pensa na mãe
Vou trombar esse cara lá mano
Todo homem de negócio tem que investir pra crescer
A cobrança foi de opala e duas CB
Bem mais do que expansão, sem concorrência é a missão
Jogada mais comum na guerra: xeque mate em pião
Agora é contenção, peça brilhando na cinta
Visão de águia, sangue no olho com quem dobrar a esquina
Pode ser capa no veneno perante a última cena
Ou cana pelo 157 da BM na sequência
Mais leal do que comando, juramento comigo mesmo
Pode encomendar velório, nunca mais vão me ver preso
Moto só passa uma vez, se voltar é desconfiança
Vão aprender a trocar tiro com ponta de lança
Caramba, mataram o Kalango mano, mataram o Kalango vei
Que porra é essa aí cumpadi?
Mataram o Kalango cumpadi
Sai da frente, sai da frete!
Carai, falei pro bicho não se envolver. Quem foi? Quem foi?
Foram os cara lá de baixo mano
Nem os aliado, lado-a-lado, fechado até o fim
Vão entrar com ação no MP pra vaga na U.T.I
Pra no corredor lotado, trombar o crime organizado
CRM máfia contra preto, pobre, baleado
Mais pra nós é diferente, sem desfibrilador
A viatura é pra eles ter certeza que o coração parou
Mais um que pela classe, e pela cor da pele
Teve o sangue como lenha pras áreas quentes do DF
Não quis me escutar, achando que era o pá
Agora vai ser o segundo filho que a mãe vai enterrar
Sempre quis me esquivar, mais a guerra não vai acabar
De irmão pra irmão sua morte eu vou vingar
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