Tu hás-de ver
QuadrilhaMas tu andas tão escondida que não há meio de te achar
Por andar tanto à procura tenho a vida ensarilhada
Mas não há-de ser por isso que eu não te hei-de procurar
Volta não volta é por um fio
Que não te chego a encontrar
Quase que o lume chega ao pavio
E acaba por não se atear
Tu hás-de ver, eu não desisto, hás-de ver
Por mais que faças eu não te saio do caminho
Não adianta trocar as voltas à vida
Que eu um dia hei-de levar a tua água ao meu moinho
Ainda foi há pouco tempo que eu soube onde tu andavas
Mas as manhas do destino deram para eu me atrasar
Cheguei lá já era tarde e tu já por lá não estavas
Mas não há-de ser por isso que eu não te hei-de procurar
Volta não volta é uma arrelia
Porque é que te andas a esconder
Não se me acaba esta agonia
Por mais que a ti te custe a crer
O amor desencontrado é como a água na rede
É como ir beber à fonte e não se acabar a sede
Quem tem amores não dorme, quem dormir não os quer ter
E eu há muito que não durmo, porque é que há-de ser?
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